Conto XXXVII

Pai Nosso que estais nos Céus

Era uma família feliz que habitava numa casa de rés-de-chão e primeiro andar na periferia da cidade. Uma noite, à hora do jantar, aconteceu a tragédia: um incêndio na cozinha.
Assim que as chamas deflagraram e começaram a avançar, pais e filhos fugiram para a rua. Uma vez cá fora abraçaram-se impotentes enquanto viam a casa a ser consumida pelas chamas e envolvida num fumo espesso e negro.
Naquele momento aperceberam-se horrorizados que o filho mais novo, o Fábio de três anos, não estava ali com eles. No momento da fuga ele, tomado de medo e pânico, voltou para trás e foi-se refugiar no andar de cima.
Que fazer? Pai e mãe cruzaram entre si os olhares aflitos, as duas irmãs mais velhas puseram-se aos gritos a chamar por ele. Agora já era tarde para se lançar naquele fogo… e os bombeiros tardavam em chegar.
De repente eis que no primeiro andar se abre uma das janelas e aparece a cabecita da criança que grita desesperada: «Papá! Papá!».
O pai ao aperceber-se corre para debaixo da janela e lança ao filho um enérgico brado: «Salta! Lança-te daí».
À sua volta o menino apenas vê chamas e fumo negro, mas escutou a voz do pai e respondeu-lhe: «Papá, mas eu não te vejo…» «Estou-te eu a ver, e pronto. Salta cá para baixo já!». Ordenou o homem. O menino então lançou-se da janela abaixo e foi cair, são e salvo, nos robustos braços do pai.

Moral da História:
Dizer Pai Nosso é confiar nos braços robustos deste Pai de bondade e ternura mesmo quando não vemos o sentido da vida. É atirarmo-nos para ele com toda a confiança da nossa fé mesmo quando o fumo das preocupações não nos deixa ver o caminho.
Na força da confiança, podemos fazer da nossa vida uma entrega nas suas robustas mãos de bondade.
É com este espírito que reza o Pai Nosso?