31 julho 2011

Conto XLV

Um Dia, Isto Tinha de Acontecer



Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e primeiro automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada. Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo da vida, o desemprego, … A vaquinha emagreceu, feneceu, secou. Foi então que os pais ficaram à rasca. Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado. Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num pais onde a festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada aos pais. São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos phones ou ipads, sempre de última geração. São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer “não”. É um “não” que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque eles disseram que eles são muito bons e eles querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas. Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados. Uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.


Mia Couto

29 julho 2011

E para acabar por hoje...

Fiquei admirada quando soube que o nome que a Mónica e o Rubin deram ao filho foi de Kenzo. Sou tão ignorante, que pensava que este nome fosse apenas uma marca de perfumes, sem me dar ao trabalho de saber mais e descobrir que afinal Kenzo Takada é um designer de moda japonês e que tinha sido o fundador da mesma marca. Ignorâncias à parte... eu sou menina e lá porque a Mónica deu o nome ao filho, não quer dizer que também não fique bem no sexo feminino, né? Para além disso, eu lembrei.me primeiro =p

Já agora...

Faz hoje, um mês de ter terminado a minha carteira profissional de Esteticista/Cosmetologista!! Estou tãaa feliz haha

Revoltaaaaa

Devo dizer que estou extremamente chateada... quando estou em condições de ir à praia é quando acontece alguma coisa que impede a minha ida... já estou como na música dos Deolinda "Movimento Perpétuo Associativo", mas antes na minha versão:


Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas depiladas!
Agora sim, eu sinto optimismo!
Vamos para a praia, que ninguém nos vai parar!

Agora não, que está uma ventania...
Agora não, que está enublado...
Agora não, que eu acho que não posso...
Amanhã vou trabalhar.



Enfim, isto de querer ir num determinado dia e depois não dar porque as circunstâncias da vida e do tempo não estão do nosso lado, é um cargo dos diab*s!!


Já agora, deixo aqui a música deles, para quem não conheça. Eu gosto!!





Ora aqui está... Parte2

... neste caso, as minhas unhas. Agora ando com duas cores nas unhas, acho que este azul com o rosa dá.se que é uma maravilha e então nas minhas mãos é um show muahah !

Ora aqui está...


... as unhas de gel que fiz à senhora dona minha irmã!






(Eu sei que a qualidade das fotos é do melhor que há! Mas é o que se arranja.)

25 julho 2011

A Melhor Despedida de Solteira

Fui ver este filme com o meu homem, visto que da última vez foi ele quem escolheu, então desta vez era minha de escolher, apesar de quase à força toda ele querer ir ver os Transformers. Mas eu não gosto, não vale a pena. O que não quer dizer que não me tenha livrado, receio que para a semana seja esse mesmo a ir.mos ver. Assim, como assim, já neste consegui dormir um bocadinho então quando for os Transformers nem quero imaginar!

23 julho 2011

Brincos *.*

Na quarta.feira à tarde, fui almoçar à casa da minha querida M. e aproveitei para lhe fazer umas unhas de gel (ao qual infelizmente não tirei nenhuma fotografia, porque não levei câmara fotográfica). E ela ofereceu.me estes brincos que gosto muito, muito (ofereceu porque faz, para além de brincos, colares, anéis e ganchinhos de cabelo muito fofis). Obrigada M., já os usei e o meu homem elogiou, logo é sinal que também me ficam bem =p



Amy Winehouse morreu hoje com 27 anos. Fiquei chocada, às vezes pensa.se que a fama é imortal mas não... e vê.se pelas mortes que têm ocorrido ultimamente. É uma pena. E tenho pena porque era uma cantora cheia de talento que não o soube aproveitar da melhor maneira, nomeadamente deixando o maldito vício. Enfim, descanse em paz.


21 julho 2011

Questões que me atormentam...

Confesso que me sinto impotente perante várias situações que se vão passando pela minha vida... Sempre me fez confusão ouvir relatos de pessoas que foram violadas, e só de o imaginar... bem, fico quase com medo de sair à rua! Mas mesmo em casa, infelizmente, dou.me a ouvir barulhos que só por si já metem medo. E a verdade é que receio que tenha uns vizinhos que pratiquem violência doméstica em casa, já há alguns anos atrás ouvia a mulher a pedir socorro, mas depois deixou.se de ouvir. No entanto, ultimamente tenho voltado a ouvir uns ruídos que não me agradam nada!


Há uns anos atrás, quando ouvia, nem sabia como proceder, ficava apenas em choque e a pensar porque seria que aquela mulher não fazia nada para mudar a situação, porque seria que não ia para a rua gritar, e pior, porque seria que não falava com os vizinhos/familiares?! De certeza que se contasse o que se passava alguém a ia ajudar! Mas nada! (Também é de se dizer que a mulher tem um ar bastante frio e distante, quase intocável o que leva a duvidar que se deixe apanhar pelo marido mas pronto!) Hoje, sei que a violência doméstica é algo mais difícil de se resolver nomeadamente quando se envolvem outras questões... tento colocar.me no lugar dessas pessoas e não consigo, apenas pelo facto que não admito que me levantem a palavra quanto mais uma mão, no entanto quem sou eu para criticar, não sei o que vai ser o meu futuro apenas sei os meus princípios e isto é efectivamente algo que não admitiria que acontecesse nem que desse a volta ao mundo.


Agora, não sei, se continuar a ouvir estes ruídos, se não terei que tomar outras medidas e chamar as autoridades competentes... mas e depois? Chegam as autoridades e acaba.se por verificar que afinal não era nada e que até estavam a fazer uma cena erótica onde ele a tentava violar ou algo assim? Há o Sadomasoquismo já por isso mesmo. Só digo M-e-d-o... talvez o melhor seja mesmo ficar à margem e na ignorância.

Gostava de ler este livro...



"O Céu Existe Mesmo" de Todd Burpo e Lynn Vincent

17 julho 2011

Entretanto...

... o meu peixinho, piu.piu de estimação (como lhe chamo), já está com a testa boa, excepto lá um bocadinho que ainda ficou mas que espero que não tarda em desaparecer. Continuo sem conseguir perceber o porquê daquilo aparecer (refiro.me ao galo). No entanto, sei que quando aparece um género de veludo ou pontos brancos, barbatanas desfiadas, algodão, etc., tem a ver com umas ricas bactérias (que não faço ideia de onde apareceram). Para resolver isso aplica.se umas gotas de um produto próprio. Eu lá acabei por comprar e coloco todos os dias uma gota. A meu ver resultou.

Conto XLIV

“Não é um Fardo”



Há pequenos episódios com mensagens riquíssimas, como este ocorrido em África, que um escritor nos conta assim:
“Num caminho pedregoso encontrei uma criança negra que carregava aos ombros um pequeno negrinho.
- Minha menina, - disse eu – tu carregas um grande fardo…
Ela olhou para mim surpreendida e respondeu sorrindo:
- Não é um fardo. É o meu irmão…
Fiquei imobilizado com aquela resposta e as palavras desta criança gravaram-se no meu coração.”
Todos nós temos horas de carregar com algumas angústias de tanta gente que sofre. Podem ser talvez angústias do mundo familiar: sofrimento do marido ou da esposa, conflitos, desentendimentos, ciúmes exagerados, ameaça de separação ou divórcio…
Podem ser angústias de pais e filhos: deslizes, desvios, droga, delinquência, …
Podem ser angústias de amigos e companheiros: porque estão desempregados ou atingidos por doenças graves ou desgostos de qualquer ordem.
Podem ser angústias de vizinhos, porque a desgraça entrou na casa ou a morte os enlutou.
Podem ser angústias do mundo inteiro: fome, epidemias, guerras…
Quando a indiferença nos tentar, quando o egoísmo nos fechar o coração, quando a coragem nos faltar, quando o desânimo nos acabrunhar, é bom lembrar que não é um fardo inerte que levamos aos ombros, mas sim um irmão com a carga das suas carências, das suas fragilidades e das suas dores…
“Não é um fardo. É o meu irmão…”

13 julho 2011



Isto é que é muitá frente einh!

10 julho 2011

Conto XLIII

Como já tinha referido, este "espaço" é destinado a uns contos, que por vezes não são propriamente contos mas sim momentos ou factos reais. Estes contos são folhas distribuidas pela comunidade paroquial numa quase.paróquia que normalmente frequento e onde tento ter uma participação activa, ajudando no que posso. Desta vez, não se trata de um conto, mas sim de um enxerto de um texto que Maria Nogueira Pinto escreveu, segundo consta enviou para a redacção duas horas antes de morrer. Resumidamente, uma boa testemunha de fé.



O Senhor é Meu Pastor Nada Me Falta


Nasci numa família com convicções políticas, com sentido do amor e do serviço de Deus e da Pátria. Procurei sempre viver de acordo com os princípios que tinham a ver com valores ditos tradicionais – Deus e a Pátria -, mas também com a justiça e com a solidariedade em que sempre acreditei e acredito. Tenho tentado deles dar testemunho na vida política e no serviço público. Sem transigências, sem abdicações, sem meter no bolso ideias e convicções.
Convicções que partem de uma fé profunda no amor de Cristo, que sempre nos diz – como repetiu João Paulo II – “não tenhais medo”. Graças a Deus nunca tive medo. Nem das fugas, nem dos exílios, nem da perseguição, nem da incerteza. Nem da vida, nem da morte. Suportei as rodas baixas da fortuna, partilhei a humilhação da diáspora dos portugueses de África, conheci o exílio no Brasil e em Espanha. Aprendi a levar a pátria na sola dos sapatos.
Como no salmo, o Senhor foi sempre o meu pastor e por isso nada me faltou – mesmo quando faltava tudo.
Combatendo ideias e políticas que considerei erradas ou nocivas para o bem comum, sempre respeitei, como pessoas, os seus defensores por convicção, os meus adversários.
Bati-me por causas cívicas. Nas fraquezas e limites da condição humana, tentei travar esse bom combate de que fala o apóstolo Paulo. E guardei a Fé.
Tem sido bom viver estes tempos felizes e difíceis, porque uma vida boa não é uma boa vida. Estou agora num combate mais pessoal, contra um inimigo subtil, silencioso, traiçoeiro. Neste combate conto com a ciência dos homens e com a graça de Deus, Pai de nós todos, para não ter medo. E também com a família e com os amigos. Esperando o pior, mas confiando no melhor. Seja qual for o desfecho, como o Senhor é meu pastor, nada me faltará.

Carros 2

Na passada quinta.feira foi dia de cinema, porque o meu excelentíssimo namorado adora carros e queria (quase) à força toda ir ver os Carros2. E eu como até sou de ver filmes animados, lá fomos. E efectivamente foi muito giro, o Mater é mesmo muito animado. O que não achei muito animado foram as pessoas que me rodeavam, faz.me confusão pessoas irrequietas e infelizmente fiquei com uma ao lado. Enfim, mas já passou e o importante é que o filme foi muito divertido!







07 julho 2011

Mas esta agora....

Hoje depois de chegar da praia (e que belos ventos esteve, diga.se de passagem!), deparei.me com o meu peixe e com um grande galo na cabeça! Ele já algum tempo atrás tinha andado com a testa negra, mas lá com miminhos aquilo passou e nem me preocupei em prevenir que não voltasse a acontecer. Pois, esta semana aparecer com a testa que parecia ensaguentada, no dia a seguir ficou negra e hoje já tem um grande galo. Será que o peixe também ganha cancro e ele está com algum na cabeça? Possas, estou mesmo triste com estado do peixe, o que vale é que continua animado lá de um lado para o outro e ainda não perdeu a vontade de comer.

06 julho 2011

Praia *.*

Porque será que quando quero ir à praia algo acontece?! Agora anda uma ventania medonha para além que ando meia ranhosa. Enfim, mas mi espera!
Segurança Social fechada em Aveiro porque quem lá trabalha é mãe, filha e neta e nesse caso tem sentido em irem de férias ao mesmo tempo xD

05 julho 2011

Conto XLII

É Sempre Importante Relembrar os Vossos Filhos



“… Fui à festa, mãe. Fui à festa, e lembrei-me do que me disseste. Pediste-me que não bebesse álcool. Bebi então um ‘Sprite’. Senti orgulho de mim mesma, exactamente do modo como me disseste que eu me deveria sentir e que não deveria beber e conduzir. Ao contrário do que alguns amigos me disseram fiz uma escolha saudável, e o teu conselho foi correcto.
Quando a festa acabou e o pessoal começou a conduzir, fui para o carro, na certeza de que iria em paz para casa…
Agora estou deitada na rua e ouvi o policia dizer: ‘O rapaz que causou este acidente estava bêbado.’ A voz parecia tão distante… O meu sangue está por todo o lado e eu estou a tentar com todas as forças não chorar… Posso ouvir os paramédicos dizerem: ‘A rapariga vai morrer’…
Tenho a certeza de que o rapaz não tinha a menor ideia, enquanto conduzia a toda a velocidade, afinal, ele decidiu beber e conduzir!! E agora eu tenho que morrer. Então… Porque é que as pessoas fazem isso, mãe? Sabendo que isso vai arruinar vidas?
A dor está a cortar-me como uma centena de facas afiadas.
Diz à minha irmã para não ficar assustada, diz ao pai que tem que ser forte. Quando eu partir, escreva na minha sepultura ‘Menina do Pai’…
Alguém deveria ter dito àquele rapaz que era errado beber e conduzir. Se os pais o tivessem avisado, eu ainda estaria viva…
Minha respiração está a ficar fraca e estou realmente com medo. Estes são os meus momentos finais e sinto-me tão desesperada… Gostaria que tu pudesses abraçar-me enquanto estou aqui esticada a morrer. Gostaria de poder dizer que te amo mãe… Adeus…”

03 julho 2011

O Castor



Pois é, já faz algum tempo que fui ao cinema, mas com estes entretantos todos de preparação para o exame, mais estudar, organizar as coisinhas, aproveitar os bocadinhos que dava das férias do namorado, não sobrou paciência nem vagar para dar a minha mera opinião sobre o filme que fui ver. Ora bem, então o filme que fui ver foi o Castor.


Quando vi o trailer fiquei naquela de que seria um filme para rir um bocado, pois não é hábito ver uma pessoa com um boneco enfiado no braço e a falar por ele, mas tinha noção que ia ter um bocado de drama. No entanto, depois de se começar a ver, cheguei à conclusão que é mesmo um filme carregado de drama, carregado de um problema que afecta muitas pessoas e que sem darem por isso podem até estar a ser manipulados pelo próprio do boneco que está lá para nos salvar mas contudo no final ainda está a mandar.nos mais para baixo.






É um filme diferente, é capaz de se ir com uma ideia e depois afinal não é nada do que se está à espera e passa a ser um pequeno abre.olhos. Passamos a vida a pensar que só acontece aos outros mas quando os problemas nos batem à porta não temos como dizer não.