02 maio 2012

Conto LXXVIII


Pai Nosso


Conta-se que um pobre velhinho, analfabeto, rezava a oração do Pai Nosso todos os dias. Certa noite um homem rico abordou-o e perguntou-lhe:
-Porque rezas essa oração se nem sabes se Deus existe, além disso pouco sabes das coisas da fé, pois tu nem sabes ler!
Respondeu-lhe o velhinho:
-Grande senhor, sei da existência de Deus pelos sinais dele!
-Como assim explica lá isso melhor!
- Quando recebe uma carta de alguém, mesmo antes de a abrir já sabe de quem é?
-Sim, pela letra!
-Quando compra uma joia para oferecer sabe se é valiosa ou não?
-Sim pela marca do ourives!
-Quando vai à caça sabe se há animais na área?
-Sim pelos rastos!
Então o velhinho tocando o braço do grande senhor e inclinando a cabeça em direcção ao céu disse-lhe:
-Senhor vê aqueles pontinhos lá em cima? Já reparou como brilham? Aqueles sinais não podem ser obra dos homens!
Nesse momento o grande senhor ajoelhou-se e começou a rezar também. O velhinho orgulhando-se do seu feito levantou os olhos e disse:
-Pai Nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal.

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