XXXIII Domingo do Tempo Comum
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado
com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de
tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-lhe: «Mestre, quando sucederá isso? Que sinal haverá de que
está para acontecer?» Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar,
pois muitos virão em meu nome e dirão: “sou eu”; e ainda: “O tempo está
próximo”. Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerra e revoltas, não vos
alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o
fim». Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo e reino contra reino. Haverá
grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos
espantosos e grandes sinais no céu. Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as
mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões,
conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim
tereis ocasião de dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não
deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum
dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até
pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se
perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas.
(Lc 21, 5-19)
Na actual situação económica, a tentação para as economias
mais dinâmicas é de recorrer a alianças vantajosas que, contudo, podem resultar
pesadas para outros Estados mais pobres, prolongando situações de pobreza
extrema de multidões de homens e mulheres e esgotando os recursos naturais da
terra, confiada por Deus Criador ao homem – países de antiga industrialização
se incentivam estilos de vida orientados para um consumo insustentável, que se
num novo equilíbrio entre agricultura, indústria e serviços, para que o
desenvolvimento seja sustentável, e a ninguém faltem pão e trabalho, e o ar, a
água e os outros recursos primários sejam preservados como bens universais (cf.
Enc. Caritas in veritate, 27). Por isso, é fundamental cultivar e difundir uma
clara consciência ética, à altura dos desafios mais complexos do tempo
presente; educar todos para um consumo mais sábio e responsável; promover a
responsabilidade pessoal juntamente com a dimensão social das actividades
rurais, fundadas em valores perenes, como o acolhimento, a solidariedade, a
partilha da fadiga no trabalho. Muitos jovens já escolheram este caminho;
também diversas pessoas formadas voltam a dedicar-se à empresa agrícola,
sentindo que assim respondem não só a uma necessidade pessoal e familiar, mas
também a um sinal dos tempos, a uma sensibilidade concreta pelo bem comum.
(Bento XVI, da audiência de 14 de Novembro de 2010)
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