Tudo começou em Dezembro, quando a minha pessoa teve a enorme vontade de começar a fazer descontos e tal, vergar a mola e tal, juntar alguns tostões e tal… estava mesmo cheia de vontade!! Estava farta de estar em casa sem ter algo de útil de fazer e passar as manhãs a ver o Goucha já estava a ser saturante. Então a minha pessoa dirigiu.se ao Centro de Emprego e junto da pessoa certa, que me indicou as melhores opções para mim, visto que ainda sou uma pessoa ocupada durante a semana com algumas actividades, para que o horário de trabalho não atrapalhasse tudo o resto que tinha para fazer. E a verdade é que lá consegui, eu queria era trabalhar! Desloquei.me ao local, falei com a patroa, concordámos um horário (que até foi ela que o desenhou), e assim ficou, na segunda.feira seguinte já estaria a trabalhar e a colocar para trás uns dias com os meus pais fora desta terrinha.
Iniciei o trabalho com a expectativa que seria uma empregada de balcão e ajudante nas especialidades da casa. No entanto passou o mês de Dezembro, época de Natal, Ano Novo, muitas encomendas, e eu não sabia ajudar em nada, altura em que só estava agarrada aos materiais para serem lavados e despachados. Gorduraaa até mais não!!! Mas tudo bem, eu estava na paz, não me importava de fazer aquilo.
E veio Janeiro, que é coisa de estar muito mais calmo, o pessoal fica em casa porque está frio e de chuva mas lá se vai o lucro da loja todo pelo cano abaixo. E a minha pessoa o que é que fazia? As mesmas coisas… não passavam do mesmo. Até que fiquei a saber, quando assinei contrato, que a minha função era de “Copeira”. Já fui à busca de definições e pouco encontrei, no entanto o que encontrei passa por funções de tirar cafés (empregada de balcão supostamente) e pouco mais… ora eu não me importo de lavar loiça nem nada do género. Aliás prefiro isso do que atender as pessoas. Mas praticamente desde Janeiro vá, tenho levado com bocas da patroa a torto e a direito. E isso é o que não tem graça. E depois não diz nada directamente, na na na… atira para o ar, vai falando com os clientes, e a minha pessoa se quiser que apanhe.
A do cúmulo e para recordar é ela a evocar o nome de um antigo empregado dizendo que se ele estivesse lá já estava aquela parte a ser feita e ela estaria a fazer outra… Bem… Isto para não ficar aqui a pensar.se que a culpa é minha, é só para a informação que eu não nasci ensinada e muito menos faço o que não me pedem por isso não tem muito que falar… o que vale é que sou muito caladinha e não lhe respondo. Logicamente que não faço o trabalho às três pancadas, se não sai tudo mal feito… talvez por isso leve o tempo necessário para tal.
Recente da patroa: “ah! Mas é a verdade, hoje em dia não querem lavar o chão, despejar o lixo – têm vergonha, não querem ficar com as unhas estragadas” (entre dentes)” .”aqui sobra tudo para nós”. A falar para clientes claro, porque isto nunca diz directamente a je… Agora se isto me afectou, meus amigos, logicamente que não… entrou, processou e saiu, o que ficou foi apenas para estudar e apresentar aqui… Aliás só para não me tornar muito repetitiva, que até parece mal… mas as minhas mãos não estão nada de nada quase sem pele… aliás eu até era bem capaz de colocar aqui uma foto do antes e depois das minhas queridas mãos… tenho a certeza que ainda merecia uma indemnização por danos pessoais… Até já chamaram cobras às minhas mãozinhas por andarem agora a perder a pele… não há direito! A sério!
Outra das últimas e que só me deu vontade de lhe responder, mas eu mantive.me caladinha, é de ela dizer que andam a gozar com a fotografia dela (como se não houvesse mais nada que fazer), chamou à minha pessoa (indirectamente) porca – essa ficou.me cá entalada -, acusou.me de lhe ter partido um banco que de um dia para o outro tinha desaparecido e eu nem dei por nada, um mês depois acusa.me de lhe o ter partido – essa também ficou cá entalada -, depois de ela saber melhor que eu que tem lá muito pouco arrumo e que eu só arrumo como sempre me ensinaram, esta tem a latona de me perguntar como é que eu arrumei aquilo e depois para me desenmerdar (gostei imenso *.*, e os clientes também devem ter gostado claro). Como é lógico tirei perfeitamente aquilo nas calmas, para ver se ela aprende a fazer as coisas na paz.
Entretanto visto que ela não se dava ao trabalho de me despedir, então fiz esse favor a mim mesma e demiti.me. Afinal a minha vida não é só, nem passa apenas por aquilo, se há coisa que vou ter tempo é para depressões e logicamente que não vai ser agora que vou apanhar a boleia de uma. Como diria o senhor do Centro de Emprego, talvez com razão “depois, vais chegar a uma altura e perguntar.te se andaste a tirar o 12ºano para isso”. Talvez tivesse mesmo razão, mas a vontade era maior. Eu só queria trabalhar.
Sem comentários:
Enviar um comentário