25 fevereiro 2011

Conto XXII

O Cliente tem sempre razão


“Prezados Senhores,
Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias…
Sei que não estou em dia com os meus pagamentos.
Acontece que estou a dever também noutras lojas e todas esperam que eu lhes pague. Contudo os meus rendimentos mensais só permitem que pague duas prestações no fim de cada mês. As outras ficam para o mês seguinte.
Estejam cientes de que eu não sou injusto, daquele tipo que prefere pagar a esta ou àquela empresa em detrimento das demais. Não!
Todos os meses quando recebo o meu ordenado, escrevo o nome dos meus cobradores em pequenos pedaços de papel, que enrolo e coloco dentro de uma caixinha. Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis que são os “sortudos” que irão receber o meu rico dinheirinho. Os outros, paciência. Ficam para o mês seguinte.
Afirmo aos Senhores, com toda a certeza, que a Vossa empresa consta todos os meses da minha caixinha. Se ainda não vos paguei, é porque estais com pouca sorte.
Finalmente, faço-vos uma advertência: Se continuardes com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras e insolentes, como a última que recebi, serei obrigado a excluir o nome da vossa empresa dos meus sorteios mensais…”
* Esta carta é verídica.

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