07 abril 2012

Conto LXXV

Quinta-Feira Santa


A Tua Melhor Lição
Arregaçaste as mangas e baixaste-Te a lavar os pés dos amigos. Deste-nos a mais clara lição. Não nos agrada que nos explorem, não queremos que se aproveitem de nós. Tu nos recordas, esta tarde, que há que baixar-se até ao outro, mesmo que seja o que mais custa, o que mais incomoda… Dizes-nos que o que quer ser o primeiro, seja o servidor de todos. Dizes-nos a nós que presumimos que somos os que mais fazemos, os mais sacrificados, os melhores, os que não nos queixamos, os que… nós, que fazemos tudo para deixar o outro um pouco mais abaixo.
Celebras uma ceia de amigos e partilhas com total naturalidade o pão e o vinho. A nós que gostamos de mesas cheias, mais cheias que as dos outros, para impressionar, para competir, para deslumbrar, para aparentar… E Tu, com essa Tua filosofia que liberta por dentro, continuas a dizer-nos que sejamos o último, o mais simples, o que melhor se deixa ajudar, o que não deslumbra. Quando partilhamos o Teu pão, estamos a dizer a toda a humanidade, sobretudo à parte mais sofredora, mais excluída, que optamos por eles; que a nossa vida, dar em diante, vai estar entrelaçada com a deles. Porque somos irmãos. Porque Tu, Jesus, nos mandas a servir de um modo diferente. A libertar os oprimidos da terra. A ser boa noticia para os que vivem sem vida. A levar a salvação às nossas famílias, aos nossos trabalhos, a todos os nossos ambientes. Queremos viver à Tua maneira: a Tua ceia de Quinta-Feira Santa muda-nos o coração. O Teu estilo de partilhar entusiasma essa irmandade que emanas. E nos deixas a todos próximos, iguais e envoltos no Teu Amor. Lanças-nos ao mundo como profetas, para fazer a revolução do Teu Reino.

Missa Crismal
Na Sé Catedral está o bispo com os seus sacerdotes, unidos no único sacerdócio, com o Único Sacerdote que é Cristo; estão a viver unidade eclesial e comunhão presbiteral. Celebram a missa crismal, em que os textos litúrgicos lhes lembram o que são: «Ministros do nosso Deus» e «Sacerdotes do Senhor»; «ungidos/consagrados em Cristo e com Cristo, o Ungido /Consagrado, feitos «ministros/servos com Cristo /Servo para serem enviados («O Espirito do Senhor está sobre mim porque o Senhor me ungiu e me enviou») a construir «um Reino de sacerdotes para Deus». Ungidos para ungir, consagrados para consagrar, sacerdotes para fazer sacerdotes; reunidos para partir com os óleos dos enfermos, dos catecúmenos e do crisma, para o mundo da saúde e da doença, da fé e da não fé e do empenhamento cristão. Antes, porém, reafirmaram diante do seu bispo as promessas da sua ordenação sacerdotal: querem continuar a viver intimamente unidos com Cristo e comprometidos com a sua missão. Podem partir com as ânforas e os óleos para a Ceia Pascal que vão celebrar com o povo, nas respectivas paróquias. Levam a comunhão onde se constrói a unidade.

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