*Terceiro Mandamento: Lembra-te de sacrificar o Sábado!*
Pergunta 362 – Por que razão Israel celebra o Sábado?
O Sábado é, para o Povo de Israel, a grande memória de Deus, Criador e libertador.
O Sábado recorda, por um lado, o sétimo dia da Criação; diz-se que nesse dia Deus «parou para respirar» (Ex 31, 17), autorizando de certa forma todas as pessoas a interromperem o trabalho e a tomarem novo fôlego; até os escravos deviam poder guardar o Sábado. Isso remete para a outra grande recordação, a libertação de Israel da escravidão do Egipto: «Lembra-te de que foste escravo no Egipto!» (DT 5, 15) O Sábado é, portanto, a festa da liberdade humana; no Sábado pode tomar-se alento, nele é superada a divisão mundana entre senhores e servos. No Judaísmo tradicional, este dia de liberdade e descanso vale como uma espécie de antegozo do mundo vindoiro.
Pergunta 365 – De que modo os cristãos tornam o domingo no “dia do Senhor”?
Um cristão católico participa na Santa Missa ao domingo ou na sua véspera. Nesse dia, Ele deixa de lado todos os trabalhos que o impedem de adorar a Deus e de viver este dia nas suas dimensões de festa, alegria, descanso e restabelecimento.
Sendo o domingo uma festa pascal de frequência semanal, os cristãos, desde os primeiros tempos, juntam-se nesse dia para celebrarem o seu Redentor, agradecer-Lhe e reunir-se com Ele e com os outros redimidos. Portanto, é de interesse central para cada cristão católico “santificar” o domingo e outras festas de guarda. Deste preceito estão livres todos os que têm deveres familiares prementes ou tarefas sociais importantes. Porque a participação na Eucaristia dominical é fundamental para a vida cristã, a Igreja considera expressamente um pecado grave afastar-se da Missa dominical sem necessidade.
“Lembrar-te-ás do dia de sábado, para o santificares! […] Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem os teus animais domésticos, nem o estrangeiro que vive na tua cidade!”
Ex 20, 8.10
“ Sem domingo não conseguimos viver.”
Os Mártires Cristãos de Abitene, antes de serem executados, em 304, pelo imperador Diocleciano, por se terem oposto à proibição da celebração dominical
“Antes, dizia-se: «Dai um domingo à alma!» Agora, diz-se: «Dai uma alma ao domingo!»"
Peter Rosegger (1843 – 1918, escritor austríaco)
“O que nos custa o domingo? A própria questão já é um atentado decisivo contra o domingo. Com efeito, o domingo é precisamente domingo na medida em que nada custa e nada traz economicamente. A questão sobre o custo da sua protecção como dia livre de trabalho pressupõe, na verdade, que já transformámos mentalmente o domingo num dia de trabalho.”
Robert Spaemann (*1927, filósofo alemão)
*Quarto Mandamento: Honrarás pai e mãe!*
Pergunta 367 – A quem se refere o quarto Mandamento e que espera ele de nós?
O quarto mandamento refere-se, em primeiro lugar, aos pais biológicos, mas também às pessoas a quem devemos a nossa vida, a nossa prosperidade, a nossa segurança e a nossa fé.
Aquilo que devemos aos nossos pais, nomeadamente o amor, a gratidão e a atenção, também deve reger o nosso relacionamento com as pessoas que nos guiam e que estão disponíveis para nós. Há pessoas que detêm uma autoridade natural e boa, que nos foi concedida por Deus: pais adoptivos e padrastos, familiares mais velhos (sobretudo avós), educadores, professores, patrões, chefes. De acordo com o quarto mandamento, devemos dar-lhes satisfações. Este Mandamento remete-nos até, em sentido abrangente, para os nossos deveres de cidadãos perante o Estado.
“A família é um bem necessário para os povos, um fundamento indispensável para a sociedade e um grande tesouro dos esposos durante toda a sua vida. É um bem insubstituível para os filhos, que hão-de ser fruto do amor, da doação total e generosa dos pais.”
Bento XVI, 08.07.2006
“A tuberculose e o cancro não são as piores doenças. Creio que a pior doença é não ser desejado nem amado.”
Beata Madre Teresa
Pergunta 371 – De que forma um filho honra os seus pais?
Um filho estima e honra os seus pais na medida em que lhes manifesta amor e gratidão.
Os filhos deviam ser gratos para com os pais apenas pela simples razão de terem recebido a sua vida do amor deles. Esta gratidão funda uma perpétua relação de amor, de atenção, de responsabilidade e de uma obediência rectamente entendida. Especialmente na necessidade, na doença e na idade avançada, os filhos devem estar disponíveis para cuidar dos seus pais, de uma forma carinhosa e fiel.
Pergunta 372 – De que modo os pais honram os seus filhos?
Deus confiou os filhos aos pais para que estes fossem para os filhos modelos estáveis e justos, os amassem e estimassem, enfim, para que tudo fizessem no sentido de os filhos se poderem desenvolver corporal e espiritualmente.
Os filhos são um dom de Deus e não uma propriedade dos pais. Antes de serem filhos dos seus pais, eles são filhos de Deus. O dever mais nobre dos pais é dar aos seus filhos a Boa Nova e ser para eles mediadores da fé cristã.
“Os mais novos devem, portanto, honrar os mais velhos; os mais velhos devem amar os mais novos.”
São Bento de Núrsia
“Honra o teu pai de todo o coração, não esqueças nunca as dores da tua mãe!... Como lhes podes retribuir por aquilo que fizeram por ti?”
ECLO 7, 27-28
“Apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele as tocasse, mas os discípulos afastavam-nas. Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis! Dos que são como elas é o Reino de Deus.»
MC 10, 13-14
“As crianças dão-nos felicidade porque em cada uma delas são recriadas todas as coisas e o universo é novamente posto à prova.”
G. K. Chesterton
“Duas coisas devem os filhos obter dos seus pais: raízes e asas.”
Johann Wolfgang von Goethe
Pergunta 374 – Por que razão Deus é mais importante que a família?
O ser humano não consegue viver sem relação. A mais importante relação do ser humano é a que tem com Deus. Ela tem a primazia sobre todas as relações humanas, mesmo as familiares.
Os filhos não “pertencem” aos seus pais nem os pais aos seus filhos. Cada pessoa pertence directamente a Deus. Só a Deus o ser humano está absoluta e perenemente ligado. Assim se compreende a frase de Jesus aos vocacionados: «Quem ama o pai ou a filha mais do que a Mim não é digno de Mim.» (Mt 10, 37) Por isso, os pais devem entregar os seus filhos nas mãos de Deus com total confiança quando o Senhor os chama a uma vida de entrega como sacerdotes ou como consagrados.
O ser humano não consegue viver sem relação. A mais importante relação do ser humano é a que tem com Deus. Ela tem a primazia sobre todas as relações humanas, mesmo as familiares.
Os filhos não “pertencem” aos seus pais nem os pais aos seus filhos. Cada pessoa pertence directamente a Deus. Só a Deus o ser humano está absoluta e perenemente ligado. Assim se compreende a frase de Jesus aos vocacionados: «Quem ama o pai ou a filha mais do que a Mim não é digno de Mim.» (Mt 10, 37) Por isso, os pais devem entregar os seus filhos nas mãos de Deus com total confiança quando o Senhor os chama a uma vida de entrega como sacerdotes ou como consagrados.
Pergunta 376 – Que deveres têm os cidadãos perante o Estado?
Cada cidadão tem o direito de colaborar lealmente com os órgãos do Estado e contribuir para o bem comum com verdade, justiça, liberdade e solidariedade.
Também um cristão deve amar a sua pátria, defendê-la em caso de necessidade e colocar-se de bom grado ao serviço das instituições estatais. Deve exercer activa e passivamente o direito de voto, e não se furtar ao dever dos impostos. No entanto, o cidadão permanece, como individuo, um ser livre e dotado de direitos fundamentais e elementares; tem direito a criticar construtivamente o Estado e os seus órgãos. O Estado existe para as pessoas, não as pessoas para o Estado.
Pergunta 377 – Quando se deve desobedecer ao Estado?
Ninguém deve seguir orientações estatais que estejam contra as leis de Deus.
Jesus exortou apenas a uma relativa obediência ao Estado. São Pedro e os Apóstolos disseram: «Deve obedecer-se antes a Deus que aos homens!» (Act 5, 29) Se um Estado promulgar leis e adoptar medidas raciais, sexistas ou destruidoras da vida, os cristãos, por consciência, não podem obedecer ou colaborar; devem mesmo opor resistência.
“Quem entre vós quiser tornar-se grande seja vosso servo, e quem entre vós quiser ser o primeiro seja vosso escravo! Será como o filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção dos homens.”
Mt 20, 27-28
“Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!”
Mt 22, 21
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