04 julho 2013

Folha Dominical 25

XII Domingo do Tempo Comum

Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» Eles responderam: «Uns, João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou». Disse-lhes Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus». Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». Depois, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á».
(Lc 9, 18-24)

Hoje, 24 de Junho, celebramos a solenidade do Nascimento de São João Baptista. Com a excepção da Virgem Maria, o Baptista é o único santo do qual a liturgia festeja o nascimento, e isto porque ele está estreitamente relacionado com o mistério da Encarnação do Filho de Deus. Com efeito, desde o seio materno João é o precursor de Jesus: a sua conceção prodigiosa é anunciada pelo Anjo a Maria como sinal de que «nada é impossível a Deus». (Lc 1, 37), seis meses antes do grande prodígio que nos dá a salvação, a união de Deus com o homem por obra do Espírito Santo. Os quatro Evangelhos dão grande realce à figura de João Baptista, como profeta que conclui o Antigo Testamento e inaugura o Novo, indicando em Jesus de Nazaré o Messias, o Ungido do Senhor. Com efeito, será o próprio Jesus quem falará de João nestes termos: «É aquele do qual está escrito: “Eis que envio o Meu mensageiro diante de Ti, para Te preparar o caminho”. Em verdade vos digo: Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista; e, no entanto, o mais pequeno no reino dos Céus é maior do que ele» (Mt 11, 10-11)
O pai de João, Zacarias – marido de Isabel, parente de Maria – era sacerdote do culto judaico. Ele não acreditou imediatamente no anúncio de uma paternidade já inesperada, e por isso ficou mudo até ao dia da circuncisão do menino, ao qual ele e a esposa deram o nome indicado por Deus, ou seja, João, que significa «o Senhor concede graças». Animado pelo Espírito Santo, Zacarias falou assim da missão do filho: «E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás adiante do Senhor a preparar os seus caminhos. Para dar a conhecer ao Seu povo a Sua salvação pela remissão dos pecados» (Lc 3, 1-6). Quando um dia veio de Nazaré o próprio Jesus para se fazer batizar, João inicialmente recusou-se, mas depois consentiu, e viu o Espírito Santo pairar sobre Jesus e ouviu a voz do Pai celeste que o proclamava seu Filho (cf. Mt 3, 13 -17). Mas a sua missão ainda não estava completada: pouco tempo mais tarde, foi-lhe pedido que precedesse Jesus também na morte violenta: João foi decapitado na prisão do Rei Herodes, e assim deu pleno testemunho do Cordeiro de Deus, que ele foi o primeiro a reconhecer e a indicar publicamente.
Queridos amigos, a Virgem Maria ajudou a idosa prima Isabel a levar até ao fim a gravidez de João. Ele ajude todos a seguir Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, que o Baptista anunciou com grande humildade e fervor profético.

(do ângelus de 24/06/2012, Papa Emérito Bento XVI)

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