“Ser livre significa possuir-se a si mesmo.”
Dominique Lacordaire (1802-1861, famoso pregador dominicano)
“Só quem criou o ser humano o pode fazer feliz.”
Santo Agostinho
“O caminho para a meta começa no dia em que assumes a total responsabilidade pelo teu agir.” Dante Alighieri (1265-1321, filósofo e grande poeta italiano)
Pergunta 291 – Como pode uma pessoa distinguir se a situação é boa ou má?
O ser humano tem capacidade para distinguir as acções boas das más, porque possui razão e consciência, que lhe permitem juízos claros.
Existem algumas directrizes que ajudam a distinguir as boas das más acções: 1. Aquilo que faço deve ser bom; não basta uma boa intenção. Roubar bancos é sempre mau, mesmo que o faça com boa intenção de ajudar as pessoas pobres.2. Mesmo que aquilo que eu faço seja realmente bom, a má intenção com que o faço torna má toda a acção. Acompanhar uma senhora idosa até casa e ajudá-la a entrar em casa são acções boas; se o fizer para preparar um futuro assalto, torno má essa acção. 3. As circunstâncias em que uma pessoa actua podem diminuir a responsabilidade, embora não mudem em nada o bom ou mau carácter dessa acção. Bater na mãe é sempre mau, mesmo que antes a mãe tenha dado pouco amor ao filho.
“A consciência é o centro mais secreto e o santuário do ser humano, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser.”
Concílio Vaticano II, Gaudium et spes, nº16
“Se uma pessoa desejar verdadeiramente o bem, tem de querer fazer ou sofrer tudo pelo bem.” Soren Kierkegaard
Pergunta 293 – Para que fim Deus nos deu as paixões?
As paixões existem para sermos atraídos para o bem, mediante emoções fortes e sensibilidade clara para o que é correcto, e para sermos repelidos do que é mau e perverso.
Deus fez o ser humano com capacidade para amar e odiar, desejar ou desprezar, ser atraído por certas coisas e ter medo de outras, estar cheio de alegria, de tristeza ou de cólera. No fundo do seu coração, o ser humano ama sempre o bem e odeia sempre o mal – ou aquilo que o considera ser.
Pergunta 295 – O que é a consciência?
A consciência é a voz interior do ser humano que incondicionalmente o move a procurar o bem e a evitar o mal. É também a capacidade de distinguir uma coisa da outra. Deus fala ao ser humano pela consciência.
A consciência é comparada a uma voz interior em que o próprio Deus Se revela ao ser humano. É Deus que Se faz notar na consciência. Dizer: «Isso é incompatível com a minha consciência!», significa, para um cristão, dizer: «De acordo com o meu Criador, não posso fazer isso!» Por causa da fidelidade à própria consciência, já muitas pessoas foram presas ou executadas.
“Há coisas boas que não têm nada mau, mas não há coisas más sem algo bom.”
“Tudo o que acontece contra a consciência é pecado.”
São Tomás de Aquino
“Não temas que a tua vida termine um dia! Teme mais que te descuides de a começar bem.” Beato John Henry Newman
“A prudência tem dois olhos: um que prevê o que tem de ser feito, o outro que examina depois o que se fez.”
Santo Inácio de Loyola
“A justiça sem a misericórdia é insensível, a misericórdia sem a justiça é desonrosa.”
Friedrich von Bodelschwing (1831-1910, teólogo evangélico e fundador da casa de saúde de Betel)
Pergunta 306 – Porque são virtudes a fé, a esperança e a caridade?
Também a fé, a esperança e a caridade são forças autênticas, concedidas sem dúvida por Deus, que o ser humano pode desenvolver e aperfeiçoar, com a graça de Deus, para obter «Vida em abundância» (Jo 10, 10).
“Deus é amor, e quem permanecer no amor permanece em Deus e Deus nele.”
1Jo 4, 16
“Aquele que diz conhecê-l’O, mas não guarda os seus Mandamentos, é mentiroso e a verdade não está nele.”
1Jo 2, 4
Pergunta 310 – Quais são os sete dons do Espírito Santo?
Os sete dons do Espírito Santo são a sabedoria, a inteligência, o conselho, a fortaleza, o conhecimento, a piedade e o temor de Deus. É assim que o Espírito Santo dota os cristãos, concedendo-lhes determinadas forças para além das suas aptidões naturais e dando-lhes a oportunidade de se tornarem instrumentos especiais de Deus neste mundo.
São Paulo escreve: «A um o Espírito dá a mensagem da sabedoria, a outro a mensagem da ciência, segundo o mesmo Espírito. É um só e o mesmo Espírito que dá a um o dom da fé, a outro o poder de curar; a um dá o poder de fazer milagres, a outro o de falar em nome de Deus; a um dá o discernimento dos espíritos, a outro o de falar diversas línguas, a outro o dom de as discernir.»
Pergunta 311 – Quais são os frutos do Espírito Santo?
Os Frutos do Espírito Santo são a «caridade, a alegria, a paz, a paciência, a amabilidade, a bondade, a longanimidade, a mansidão, a fidelidade, a modéstia, a sobriedade, a castidade.
Pelos “Frutos do Espírito Santo” o mundo poderá ver em que se torna uma pessoa que se deixa totalmente assumir, guiar e formar por Deus. Os frutos do Espírito Santo mostram que Deus desempenha um papel real na vida dos cristãos.
“A todos os que amam Deus, Ele transforma tudo em bem; Deus até faz os caminhos errados e as faltas tornarem-se um bem.”
Santo Agostinho
Pergunta 315 – O que é um pecado?
Um pecado é uma palavra, um acto ou uma intenção com que uma pessoa atenta consciente e intencionalmente contra a verdadeira ordem das coisas tal como a projectou o amor de Deus.
Pecar significa mais que atender contra regras instituídas pelas pessoas e pelas instituições. O pecador volve-se livre e conscientemente contra o amor de Deus, ignorando-O. O pecado é, no fim de contas, «o egoísmo elevado ao desprezo de Deus» (Santo Agostinho); em caso extremo, a criatura pecadora profere: «Quero ser como Deus!» (Cf. GN 3, 5). Como o pecado me carrega com a respectiva culpa, ferindo-me e destruindo-me com as consequências, ele também envenena e prejudica o meu mundo. O pecado e o seu peso tornam-se reconhecíveis na proximidade com Deus.
Pergunta 319 – Somos responsáveis pelos pecados das outras pessoas?
Não, não somos responsáveis pelos pecados das outras pessoas, a não ser que tenhamos culpa aliciando alguém para o pecado, sendo cúmplice dele, encorajando-o no seu pecado ou omitindo um aviso ou uma ajuda oportuna.
“Alguns dizem: «Fiz demasiado mal. O bom Deus não me pode perdoar.» Isso é, todavia, uma grande blasfémia. Significa colocar um limite à misericórdia de Deus. Mas ela não tem nenhuma, é ilimitada. Nada ofende tanto o bom Deus como duvidar da Sua misericórdia.”
São João Maria Vianney
“Só quem seriamente ponderou quão pesada é a cruz pode conceber quão pesado é o pecado.” Santo Anselmo de Cantuária
“Em nosso poder, portanto encontra-se tanto a virtude como o vício. De facto, onde estiver em nosso poder o “fazer”, aí estará também o “deixar”, e onde estiver o “não”, ai estará também o “sim”.
Aristóteles (382 – 322 a.C. um dos maiores filósofos da Antiguidade, ao nível de Platão)
Pergunta 321 – Um cristão pode ser individualista?
Não, o cristão nunca deve ser individualista, porque o ser humano está por natureza orientado para a comunhão.
Cada pessoa tem um pai e uma mãe; recebe ajuda dos outros, está comprometida a ajudar outros e a desenvolver os seus talentos para proveito dos outros. Porque o ser humano é “imagem” de Deus, é em certo sentido o reflexo de Deus, que, na sua profundidade, Não é solitário, mas trino (e, com isso, Vida, amor, diálogo e partilha). Em última análise, é fundamentalmente pelo amor, o Mandamento central de todos os cristãos, que nos pertencemos e nos relacionamos uns com os outros: «Ama o teu próximo como a ti mesmo!» (MT 22, 39).
“O maior dom que o ser humano pode ter de baixo do céu é poder viver bem como aqueles com quem está.”
Beato Egídio de Assis (-1262, um dos confidentes mais próximos de São Francisco de Assis)
“Cada um de nós é querido, cada um de nós é amado, cada um é necessário.”
Bento XVI, 24.04.2005
Pergunta 329 – Como surge a justiça social numa sociedade?
A justiça social surge quando é respeitada a dignidade inalienável de cada individuo e quando os direitos dela advindos são admitidos e adoptados sem restrições. A isso pertence também o direito a uma participação activa na vida política, económica e cultural da sociedade.
A base de toda a justiça é o respeito pela dignidade inalienável do ser humano, «cuja defesa e promoção nos foram confiadas pelo Criador, tarefa a que estão rigorosa e responsavelmente obrigados os homens e as mulheres em todas as conjunturas da história» (João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, nº47). Os direitos humanos, que nenhum Estado pode abolir ou alterar, resultam directamente da dignidade humana. Os Estados e as autoridades que espezinham tais direitos são regimes injustos e perdem a sua autoridade. Uma sociedade aperfeiçoa-se, porém, não pelas leis, mas pelo amor ao próximo, que cada um deve considerar, sem excepção, «como um “outro eu”» (Gaudium et spes, nº27)
“Deve-se antes obedecer a Deus que aos homens.”
Act 5, 29
“Ninguém deve pensar como Caim, que não é responsável pela sorte do seu irmão.”
João Paulo II
“Respeitai a boa fama dos vossos inimigos!”
São João Maria Vianney
“Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos a Mim o fizestes.”
Mt 25, 40
“Todas as ciências e artes têm um fim e o mais importante é a política. O bem maior desta é a justiça: mas esta consiste no bem-estar da sociedade.”
Aristóteles
“Não há, não houve nem haverá pessoa alguma por quem Ele não tenha sofrido.”
Sínodo de Quiercy, 853