28 setembro 2012

Conto XCIX


Deixando uma marca…

O menino olhava para a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:
- Estás a escrever uma história que aconteceu connosco? E por acaso é uma história sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu e comentou com o neto:
- Estou a escrever sobre ti, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou a usar. Gostava que fosses como ele, quando cresceres.
O menino olhou para o lápis, intrigado por não ver nada de especial…
- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
- Tudo depende do modo como tu olhas as coisas. Há cinco qualidades nele, que se conseguires mantê-las, serás sempre uma pessoa em paz com o mundo.
“Primeira qualidade: tu podes fazer grandes coisas, mas não deves esquecer nunca que existe uma Mão que guia os teus passos. Essa mão, nós chamamos de Deus e ele deve sempre conduzir-te em direcção à sua vontade.”
“Segunda qualidade: De vez em quando eu preciso parar o que estou a escrever e usar o afia. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, tens que suportar algumas dores, porque elas vão-te tornar numa pessoa melhor.”
“Terceira qualidade: O lápis permite que usemos a borracha para apagar aquilo que estava errado. Entende que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo ruim, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.”
“Quarta qualidade: O que realmente importa no lápis não é a madeira ou a forma exterior, mas a grafite que está dentro. Portanto, cuida sempre daquilo que acontece dentro de ti.”
“Finalmente, a quinta qualidade do lápis: Ele deixa uma marca. Da mesma maneira, sabe que tudo que tu fizeres na vida irá deixar traços e procura ser consciente em cada acção.”

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