20 setembro 2012

Conto XCVII


A moeda

Um mendigo estava na rua a pedir esmola. Passou um menino, parou e viu que, perto dele, estava uma moeda de dois euros no chão. Sem que ele visse, discretamente, pôs-lhe um sapato em cima. Depois, num momento em que viu o mendigo distraído, apanhou a moeda e guardou-a no bolso.
No dia seguinte, ao ir para a escola, estava lá o mendigo. Parou de novo, observou atentamente e viu que ele tinha um olhar muito triste. Parecia que o estava a repreender.
A criança ouviu então a voz da sua consciência a dizer-lhe que tinha roubado a esse pobre homem. Encheu-se de coragem e disse ao mendigo:
- Desculpe, fui eu que peguei ontem na moeda.
Ele, surpreendido, perguntou:
- Mas o que é que aconteceu?
- Eu tirei-lhe uma moeda que estava no chão. Vejo os seus olhos tão triste!
- Os meus olhos? São de vidro. Eu sou um pobre cego.
A consciência é um bom sinal de alarme, que nos indica se fazemos o bem ou o mal. É muito importante escutá-la.

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