08 abril 2013

Folha Dominical 13


Domingo de Ramos na Paixão do Senhor

[…]
N            Era já quase meio-dia, quando as trevas cobriram toda a terra, até às três horas da tarde, porque o sol se tinha eclipsado. O véu do templo rasgou-se ao meio. E Jesus exclamou com voz forte:
J              «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito».
N            Dito isto, expirou.
N            Vendo o que sucedera, o centurião deu glória a Deus, dizendo:
R             «Realmente este homem era justo».
N            E toda a multidão que tinha assistido àquele espetáculo, ao ver o que se passava, regressava batendo no peito. Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que O acompanhavam desde a Galileia, mantinham-se à distância, observando estas coisas.
N            Havia um homem chamado José, da cidade de Arimateia, que era pessoa reta e justa e esperava o reino de Deus. Era membro do Sinédrio, mas não tinha concordado com a decisão e o proceder dos outros. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. E depois de o ter descido da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha sido sepultado. Era o dia da Preparação e começavam a aparecer as luzes do sábado. Entretanto, as mulheres que tinham vindo com Jesus da Galileia acompanharam José e observaram o sepulcro e a maneira como fora depositado o corpo de Jesus. No regresso, prepararam aromas e perfumes. E no sábado guardaram o descanso, conforme o preceito.
(Lc 22, 14-23,56)

A Semana Santa, que para nós cristãos é a semana mais importante do ano, oferece-nos a oportunidade de nos imergimos nos acontecimentos centrais da Redenção, de reviver o Mistério pascal, o grande Mistério da Fé. A partir de amanhã à tarde, com a Missa in Coena Domini, os solenes ritos litúrgicos ajudar-nos-ão a meditar de modo mais vivo a paixão, a morte e a ressurreição do Senhor nos dias do Santo Tríduo pascal, fulcro de todo o ano litúrgico. Que a graça divina abra os nossos corações à compreensão do dom inestimável que é a salvação que nos foi obtida pelo sacrifício de Cristo. Encontramos este dom imenso, admiravelmente narrado num célebre hino contido na Carta aos Filipenses (cf. 2, 6-11), que na Quaresma meditámos várias vezes. O Apóstolo repercorre, de modo tanto essencial quanto eficaz, todo o mistério da história da salvação mencionando a soberba de Adão que, mesmo não sendo Deus, queria ser como Deus. E contrapõe a esta soberba do primeiro homem, que todos nós sentimos um pouco no nosso ser, a humildade do verdadeiro Filho de Deus que, tornando-se homem, não hesitou em assumir sobre si as debilidades do ser humano, excepto o pecado, e chegou ao extremo da profundidade da morte. A esta descida na última profundidade da paixão e da morte segue-se depois a sua exaltação, a verdadeira glória, a glória do amor até ao fim. E por isso é justo como diz Paulo que “em nome de Jesus se dobrem todos os joelhos nos céus, na terra e debaixo da terra, e todas as línguas proclamem: Jesus Cristo é o Senhor” (2, 10-11). São Paulo menciona, com estas palavras, uma profecia de Isaías na qual Deus diz: Eu sou o Senhor, todos os joelhos se dobrem diante de mim nos céus e na terra (cf. Is 45, 23). Isto diz Paulo é válido para Jesus Cristo. Ele realmente, na sua humildade, na verdadeira grandeza do seu amor, é o Senhor do mundo e diante d’Ele realmente todos os joelhos se dobram.
(da audiência do Papa Emérito Bento XVI, 8/4/2009)

Um bocadinho atrasado, eu sei...

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