IV Domingo da Páscoa – Domingo do Bom Pastor
Naquele tempo, disse Jesus: «As minhas ovelhas escutam a
minha voz. Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida
eterna e nunca hão-de perecer e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai,
que Mas deu é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai.
Eu e o Pai somos um só».
(Jo 10, 27-30)
A esperança é expectativa de algo de positivo para o futuro,
mas que deve ao mesmo tempo sustentar o nosso presente, marcado frequentemente
por dissabores e insucessos. Onde está fundada a nossa esperança? Olhando a
história do povo de Israel narrada no Antigo Testamento, vemos aparecer
constantemente, mesmo nos momentos de maior dificuldade como o exílio, um
elemento que os profetas de modo particular não imitação do comportamento
exemplar de Abrãao, o qual – como sublinha o Apóstolo Paulo - «foi com uma
esperança, para além do que se podia esperar, que ele acreditou e assim se
tornou pai de muitos povos, conforme o que tinha sido dito: Assim será a tua
descendência» (Rm 4, 18). Então, uma verdade consoladora e instrutiva que
emerge de toda a história da salvação é a fidelidade, pelo pecado, desde o
tempo do dilúvio (cf. Gn 8, 21 -22) até ao êxodo e ao caminho no deserto (cf.
Dt 9, 7); fidelidade de Deus que foi até ao ponto selar anova e eterna aliança
com o homem por meio do sangue de seu Filho, morto e ressuscitado para a nossa
salvação. Em todos os momentos, sobretudo nos mais difíceis, é sempre a
fidelidade do Senhor – verdadeira força motriz da história da salvação-que faz
vibrar os corações dos homens e mulheres e os confirma na esperança de chegar
um dia à «Terra Prometida». O fundamento seguro de toda a esperança está aqui:
Deus nunca nos deixa sozinhos e permanece fiel à palavra dada. Por este motivo,
em toda a situação, seja ela feliz ou desfavorável, podemos manter uma
esperança firme, rezando como salmista: «Só em Deus descansa a minha alma d’Ele
vem a minha esperança» (Sl 62/61, 6). Portanto ter esperança equivale a confiar
no Deus fiel, que mantém as promessas da aliança. Por isso, a fé e a esperança
estão intimamente unidas. A esperança «é, de facto, uma palavra central da fé
bíblica, a ponto de, em várias passagens, ser possível intercambiar os termos
“fé” e “esperança”. Assim, a Carta aos Hebreus liga estreitamente a “plenitude
da fé” (10, 22) com a “imutável profissão da esperança” (10, 23). De igual
modo, quando a Primeira Carta de Pedro exorta os cristãos a estarem sempre
prontos a responder a propósito do longos – o sentido e a razão – da sua
esperança (3, 15), “esperança” equivale a “fé”» (Enc. Spe salvi, 2).
(da mensagem do Papa Emérito Bento XVI para o 50º Dia
Mundial de Oração pelas vocações, 21/04/2013)
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