13 agosto 2013

Folha Dominical 30

XIX Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não temas, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o reino. Vendei o que possuís e daí-o em esmola. Fazei bolsas que não envelheçam, um tesouro inesgotável nos Céus, onde o ladrão não chega nem a traça rói. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que esperam o seu senhor voltar do casamento, para lhe abrirem logo a porta, quando chegar e bater. Felizes esses servos, que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá. Se vier à meia-noite ou de madrugada, felizes serão se assim os encontrar. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa. Estai vós também preparados, porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem». Disse Pedro a Jesus: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos os outros?» O Senhor responde: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘o meu senhor tarda em vir’; e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis. O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas. Aquele, porém, que, sem a conhecer, tenha feito acções que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».
(Lc 12, 32 – 48)

No meio do mês de Agosto, a Igreja no Oriente e no Ocidente celebra a solenidade da Assunção de Maria Santíssima ao Céu. Na Igreja Católica, o dogma da Assunção – como sabemos – foi proclamado durante o Ano Santo de 1950 pelo Venerável Pio XII. Porém, a celebração deste  mistério de Maria mergulha as raízes na fé e no culto dos primeiros séculos da Igreja, em virtude daquela profunda devoção à Mãe de Deus que se foi desenvolvendo progressivamente no seio da Comunidade Cristã. Já no final do século IV e no inicio do século V, temos testemunhos de vários autores que afirmam como Maria se encontra totalmente na glória de Deus, de alma e corpo, mas foi no século VI que, em Jerusalém, a festividade da Mãe de Deus, a Theotokos consolidando-se com o Concílio de Éfeso em 431, mudou de fisionomia e se tornou a festividade da dormição, da passagem, do trânsito, da assunção  de Maria, tornando-se assim a celebração do momento em que Maria saiu da cena deste mundo glorificada em alma e corpo no Céu, em Deus. Para compreender a glória do Pai, através da paixão, da morte e da ressurreição. Maria que gerou o Filho de Deus na carne, é a criatura mais inserida neste mistério, redimida desde o primeiro instante da sua vida e associada de modo totalmente particular à paixão e à glória do seu Filho. Por conseguinte, a Assunção de Maria ao Céu constitui o mistério da Páscoa de Cristo, plenamente conformada com Ele. Mas a Assunção é uma realidade que também nos diz respeito, porque nos indica de modo luminoso o nosso destino, o da humanidade e da história. Com efeito, em Maria contemplamos aquela realidade de glória à qual é chamada cada um de nós, juntamente com toda a igreja.

(do ângelus de 15 de Agosto de 2012, Papa Emérito Bento XVI)

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