XXX Domingo do Tempo Comum
Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola para alguns
que se consideravam justos e desprezavam os outros: «Dois homens subiram ao
templo para orar, um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava
assim: ‘Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são
ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por
semana e pago o dízimo de todos os meus rendimentos’.
O publicano ficou a distância e nem sequer se atrevia a
erguer os olhos ao Céu; Mas batia no peito e dizia: ‘Meu Deus, tende compaixão
de mim, que sou pecador’. Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa
e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se
humilha será exaltado».
(Lc 18, 9-14)
Na nossa época, a difusa mobilidade e a facilidade de
comunicação através dos novos meios de comunicação misturaram entre si os
povos, os conhecimentos e as experiências. Por motivos de trabalho, há famílias
inteiras que se deslocam de um continente para outro; os intercâmbios
profissionais e culturais, assim como o turismo e fenómenos análogos impelem a
um amplo movimento de pessoas. Às vezes, resulta difícil até mesmo para as
comunidades paroquiais conhecer, de modo seguro e profundo, quem está de
passagem ou quem vive estavelmente no território. Além disso, em áreas sempre
mais amplas das regiões tradicionalmente cristãs, cresce o número daqueles que
vivem alheios à fé, indiferentes à dimensão religiosa ou animados por outras crenças.
Não raro, alguns baptizados fazem opções de vida que os afastam da fé,
tornando-os assim carecidos de uma «nova evangelização». A tudo isso se junta o
facto de que larga parte da humanidade ainda não foi atingida pela Boa Nova de
Jesus Cristo. Ademais vivemos num momento de crise que atinge vários sectores
da existência, e não apenas os da economia, das finanças, da segurança
alimentar, do meio ambiente, mas também os do sentido profundo da vida e dos
valores fundamentais que a animam. A própria convivência humana está marcada
por tensões e conflitos, que provocam insegurança e dificultam o caminho para
uma paz estável. Nesta complexa situação, onde o horizonte do presente e do
futuro parecem atravessados por nuvens ameaçadoras, torna-se ainda mais urgente
levar corajosamente a todas as realidades o Evangelho de Cristo, que é anúncio
de esperança, de reconciliação, de comunhão, anúncio da proximidade de Deus, da
sua misericórdia, da sua salvação, anúncio de que a força de amor de Deus é
capaz de vencer as trevas do mal e guiar pelo caminho do bem. O homem do nosso
testemunho de amor, levemos a este mundo a esperança que nos dá a fé! A
missionariedade da Igreja não é proselitismo, mas testemunho de vida que
ilumina o caminho, que traz esperança e amor. A Igreja – repito mais uma vez –
não é uma organização assistencial, uma empresa, uma ONG, mas uma comunidade de
pessoas, animadas pela acção do Espírito Santo, que viveram e vivem a maravilha
do encontro com Jesus Cristo e desejam partilhar esta experiência de profunda
alegria, partilhar a Mensagem de salvação que o Senhor nos trouxe. É justamente
o Espírito Santo que guia a Igreja neste caminho.
(da mensagem de Sua Santidade Papa Francisco para o Dia
Mundial das Missões 2013)
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