07 janeiro 2014

Folha Dominical 44

Solenidade da Epifania do Senhor - Ano A

Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está - perguntaram eles - o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l'O». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo Profeta: 'Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo'». Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l'O». Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostando-se diante d'Ele, adoraram-n'O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.
(Mt 2, 1-12)

A Virgem Maria, juntamente com o seu esposo, representam a «estirpe» de Israel, o «resto» prenunciado pelos profetas, do qual devia provir o Messias. Os Magos, ao contrário, representam os povos, e podemos dizer também as civilizações, as culturas, as religiões que estão, por assim dizer, a caminho rumo a Deus, em busca do seu reino de paz, de justiça, de verdade e de liberdade. Em primeiro lugar existe um núcleo, personalizado sobretudo por Maria, a «filha de Sião»: um núcleo de Israel, o povo que conhece e tem fé naquele Deus que se revelou aos Patriarcas e no caminho da história. Esta fé alcança o seu cumprimento em Maria, na plenitude dos tempos; nela, «bem-aventurada porque acreditou», o Verbo fez-se carne, Deus «apareceu» no mundo. A fé de Maria torna-se primícias e o modelo da fé da Igreja, Povo da Nova Aliança. Mas este povo é desde o início universal, como podemos ver hoje nas figuras dos Magos, que chegam a Belém seguindo a luz de uma estrela e as indicações das Sagradas Escrituras.
Papa Emérito Bento XVI, 6 de Janeiro de 2013

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