Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa
da Páscoa. Quando Ele fez doze anos, subiram até lá, como era costume nessa
festa. Quando eles regressavam, passados os dias festivos, o Menino Jesus ficou
em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Julgando que Ele vinha na
caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procura-l’O entre os parentes
e conhecidos. Não O encontrando, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Passados
três dias, encontraram-n’O no templo, sentado no meio dos doutores, a ouvi-los
e a fazer-lhes perguntas. Todos aqueles que O ouviram estavam surpreendidos com
a sua inteligência e as suas respostas. Quando viram Jesus, seus pais ficaram
admirados; a sua Mãe disse-Lhe: «Filho, porque procedeste assim connosco? Teu
pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus respondeu-lhes: «Porque Me
procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?» Mas eles não
entenderam as palavras que Jesus lhes disse. Jesus desceu então com eles para
Nazaré e era-lhes submisso. Sua Mãe guardava todos estas acontecimentos em seu
coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça, diante de
Deus e dos homens.
Lc 2, 41 – 52
Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz
fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de
novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que
convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 6,
51). De facto, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento
de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que
perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles
que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «A obra de Deus é
esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo
é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação.
(Bento XVI, Porta de fé, 3)
«Se acreditarmos…». Que grande poder tem a fé! Deus fez
tudo, fez o impossível: fez-Se carne. A sua amorosa omnipotência realizou algo
que ultrapassa a compreensão humana: o Infinito tornou-se menino, entrou na
humanidade. E, no entanto, este mesmo Deus não pode entrar no meu coração, se
não abro eu a porta. Porta fidei! A porta da fé! Poderíamos ficar assustados
com a possibilidade desta nossa omnipotência invertida; este poder que o homem
tem de se fechar a Deus, pode meter-nos medo. Mas, eis a realidade que afugenta
este pensamento tenebroso, a esperança que vence o medo: a verdade germinou!
Deus nasceu! «A terra produziu o seu fruto» (Sal 67, 7). Sim! Há uma terra boa,
uma terra saudável, livre de todo o egoísmo e entrincheiramento. Há, no mundo,
uma terra que Deus preparou para vir habitar no meio de nós; uma morada, para a
sua presença no mundo. Esta terra existe; e também hoje, no ano de 2012, desta
terra germinou a verdade! Por isso, há esperança no mundo, uma esperança
fidedigna, mesmo nos momentos e situações mais difíceis. A verdade germinou,
trazendo amor, justiça e paz.
(de bênção Urbi et Orbi Natal de 2012)
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