Festa do Batismo do Senhor
Naquele tempo, o povo estava na expectativa e todos pensavam
em seus corações se João não seria o Messias.
João tomou a palavra e disse-lhes: «Eu batizo-vos com água,
mas vai chegar quem é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desatar as
correias das sandálias. Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo».
Quando todo o povo recebeu o batismo, Jesus também foi
batizado; e, enquanto orava, o céu abriu-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele
em forma corporal, como uma pomba. E do céu fez-se ouvir uma voz: «Tu és o meu
Filho muito amado: em Ti pus toda a minha complacência».
Lc 3, 15-16.21-22
À luz de tudo isto, decidi proclamar um Ano da Fé. Este terá
início a 11 de Outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio
Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do
Universo, a 24 de Novembro de 2013. Na referida data de 11 de Outubro de 2012,
completar-se-ão também vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja
Católica, texto promulgado pelo meu Predecessor, o Beato Papa João Paulo II,
com o objectivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé. Esta obra,
verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo
Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento ao serviço da catequese e
foi realizado com a colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica. E uma
Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos foi convocada por mim, precisamente para
o mês de Outubro de 2012, tendo por tema A nova evangelização para a
transmissão da fé cristã. Será uma ocasião propícia para introduzir o complexo
eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da fé. Não é a
primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano de Fé. O meu venerado
Predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, proclamou um ano semelhante, em 1967,
para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo no décimo nono centenário
do seu supremo testemunho. Idealizou-o como um momento solene, para que
houvesse, em toda a Igreja, «uma autêntica e sincera profissão da mesma fé»;
quis ainda que esta fosse confirmada de maneira «individual e coletiva, livre e
consciente, interior e exterior, humilde e franca». Pensava que a Igreja
poderia assim retomar «exata consciência da sua fé para a reavivar, purificar,
confirmar, confessar». As grandes convulsões, que se verificaram naquele Ano,
tornaram ainda mais evidente a necessidade duma tal celebração. Esta terminou
com a Profissão de Fé do Povo de Deus, para atestar como os conteúdos
essenciais, que há séculos constituem o património de todos os crentes,
necessitam de ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre
nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das
do passado.
(Bento XVI, Porta Fidei, 4)
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