08 dezembro 2011

2. Youcat (Frases, Perguntas e as suas Respostas)

Pergunta 23- Existe contradição entre fé e ciência natural?
Não existem contradições insolúveis entre fé e ciência natural, porque não podem existir verdades duplas.
Nenhuma verdade da fé faz concorrência com as verdades da ciência. Só existe uma verdade, à qual dizem respeito tanto a fé como a razão científica. Deus quis tanto a razão, com que podemos descobrir as estruturas racionais do mundo, como a fé. Por isso, a fé cristã exige e apoia a ciência natural. A fé existe para conhecermos as coisas que, embora não possam ser abarcadas pela razão, existem todavia para além da razão e são reais. A fé lembra à ciência natural que esta não se deve colocar no lugar de Deus, mas servir a Criação. A ciência natural tem que respeitar a dignidade humana, em vez de atentar contra ela.




“Entre Deus e ciência natural não encontramos qualquer contradição. Eles não se excluem, como hoje alguns crêem e temem; eles completam-se e implicam-se mutuamente.”
Max Planck (1858-1947, físico alemão, Nobel da Física, fundador da teoria quântica)




“O verdadeiro amor dói. Ele dói sempre. Amar uma pessoa custa mesmo; é doloroso abandoná-la e deseja-se morrer por ela. Quando as pessoas se casam, têm de deixar muitas coisas de lado para se poderem amar. A mãe que dá a vida a uma criança sofre muito. A palavra “amor” é tão mal entendida e abusa-se tanto dela.”
Beata Madre Teresa




“Onde existe o amor existe a Trindade: um que ama, um que é amado e uma fonte de amor.”



Santo Agostinho




Madre Teresa de Calcutá na sua vida terrena, esforçou-se por pensar assim: “Sou apenas um pequeno lápis na mão de Nosso Senhor. Ele pode apontar ou afiar o lápis. E pode escrever ou desenhar aquilo que Ele quiser e onde Ele desejar. Se o escrito ou o desenho forem bons, apreciamos não o lápis ou o material empregue, mas aquele que os utilizou.” Quando, de igual modo, Deus age em nós e através de nós, nunca deveríamos confundir o nosso pensamento, os nossos planos e actos, com a acção de Deus. No fundo, Ele não precisaria do nosso trabalho; mesmo na ausência deste, nada Lhe faltaria.

“Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.”
Mt 10, 30




A Eterna Pergunta:
Pergunta 51 –
Se Deus tudo sabe e tudo pode, porque não evita o mal?
«Deus só permite o mal para fazer surgir dele algo melhor.» (São Tomás de Aquino)
O mal no mundo é um mistério sombrio e doloroso. O próprio Crucificado perguntou ao Seu Pai: «Meu Deus, Meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mt 27, 46) Muito dele é incompreensível. Mas de algo temos a certeza: Deus é cem por cento bom. Ele nunca pôde ter sido autor de algo mau. Deus criou o mundo bom, embora ainda não aperfeiçoado. Com violentas falhas e penosos processos, ele desenvolveu-se até à definitiva perfeição. Pode distinguir-se aquilo a que a Igreja chama mal físico, como uma deficiência ingénita ou uma catástrofe natural, do mal moral, que atinge o mundo pelo abuso da liberdade. O “inferno na terra” – crianças-soldado, atentados suicidas, campos de concentração… - é geralmente operado por seres humanos. A pergunta decisiva não é, portanto, «Como se pode crer num Deus bom, se há tanto mal?», mas «Como poderia o ser humano, com coração e inteligência, suportar a vida neste mundo se não existisse Deus?» A morte e a ressurreição de Cristo mostram-nos que o mal não tem a primeira nem a última palavra: do pior dos males Deus fez surgir o bem absoluto. Nós cremos que Deus, no Juízo Final, acabará com toda a injustiça. Na vida do mundo vindouro, o mal não terá mais lugar e o sofrimento acabará.




Pergunta 52 – O que é o Céu?
O Céu é o ambiente de Deus, a morada dos Anjos e dos Santos, e a meta da Criação. Pela expressão “Céu e Terra” designamos o todo da realidade criada.
O Céu não é um lugar no espaço sideral. É um estado no Além. O Céu é onde a vontade de Deus acontece sem resistência. O Céu é, portanto, quando a Vida está presente em elevada densidade e felicidade, uma Vida como ninguém encontra na Terra. Quando, um dia, com a ajuda de Deus, formos para o Céu, estará à nossa espera algo que «o olho não viu, o ouvido não ouviu e não subiu ao coração de nenhum ser humano: o que Deus preparou para aqueles que O amam».




“Se a única oração que fizesses em toda a tua vida fosse apenas «Eu Te agradeço». Isso já bastaria."
Mestre Eckhart (ca. 1260-1328, dominicano e místico)




Pergunta 65 – E as pessoas que se sentem homossexuais?
A Igreja crê que a homossexualidade não corresponde à ordem da Criação na qual foram delineadas a necessidade do complemento e a atracção mútua entre homem e mulher, com vista à geração dos filhos. Por isso, a Igreja não pode aprovar práticas homossexuais. No entanto, ela deve respeito e amor a todas as pessoas, independentemente da sua orientação sexual, porque são todas respeitadas e amadas por Deus.
Todo o ser humano que existe na Terra provém da união de uma mãe e um pai. Por isso, para algumas pessoas orientadas homossexualmente é uma experiência dolorosa não se sentirem eroticamente atraídas pelo sexo oposto e terem de sentir, numa união homossexual, a falta da fecundidade física, como é próprio da natureza do ser humano e da divina ordem da Criação. Frequentemente, contudo, Deus chama a Si por vias inusitadas: uma carência, uma perda ou uma ferida – assumida ou aceite – pode tornar-se um trampolim para se lançar nos braços de Deus, aquele Deus que tudo corrige e Se deixa descobrir mais como Redentor que como Criador.




Pergunta 68 – Pecado original? O que temos nós a ver com a “queda “ de Adão e Eva?
O pecado é, em sentido próprio, uma culpa de responsabilidade pessoal. A expressão “pecado original”, refere, portanto, não o pecado pessoal, mas o estado nocivo da humanidade em que nasce o indivíduo, antes mesmo de, por livre vontade, ele pecar.
Acerca do pecado original, diz Bento XVI que se deve compreender «que todos carregamos dentro de nós uma gota do veneno daquela forma de pensar que nos é ilustrada nas imagens do Livro do Génesis. […] O ser humano não confia em Deus. Seduzido pelas palavras da serpente, levanta a suspeita de que Deus é um adversário que […] restringe a nossa liberdade, e de que só seremos verdadeiramente humanos quando pusermos Deus de parte. […] O ser humano não quer receber de Deus a existência e a plenitude da sua vida. […] E, na medida em que se faz, confia na mentira em vez da verdade e precipita a sua vida no vazio, na morte.» (08.12.2005)




Pergunta 69 – Somos coagidos a pecar pelo pecado original?
Não. Todavia, o ser humano está profundamente ferido pelo pecado original e inclinado a pecar. Não obstante, é capaz de fazer o bem com a ajuda de Deus.
É possível viver sem nunca pecar. Na realidade, porém, pecamos constantemente pelo facto de sermos fracos, néscios e seduzíveis. Um pecado forçado não seria, aliás, um pecado, porque a liberdade de escolha faz sempre parte do pecado.

“Um comportamento moral para com o mundo só é, então, possível e benéfico quando se assume a porcaria da vida, a cumplicidade na morte e no pecado, em suma, todo o pecado original, e quando se renuncia a ver a culpa sempre nos outros.
Hermann Hesse (1877-1962, escritor alemão)





“Fala de Cristo apenas quando te perguntarem! Mas vive de tal maneira que te perguntem por Cristo!”
Paul Claudel (1868-1955, poeta e drama turgo francês)

“Deus é tão grande que se pode tornar pequeno. Deus é tão poderoso que se pode fazer indefeso, aproximando-Se de nós como uma criança indefesa, para que O possamos amar.”
Bento XVI, 25.12.2005

Sem comentários:

Enviar um comentário