Diziam os antigos: “Amam-se as pessoas, não as qualidades”.
Amar: eis uma palavra que cobre uma multidão de sentidos,
tantas vezes contraditórios: Desde o que traduz um insaciável egoísmo que
explora na pessoa que se diz amaro prazer que ela pode dar, esquecendo e profanando
a sua dignidade e autonomia, ao que significa o esquecimento de si próprio na
procura da felicidade da pessoa amada. Tanto
os sentidos, tanta a corrupção de uma palavra que traduz o que mais elevado
pode existir na nossa experiência de vida. De facto, posso ser atraído pelo
sorriso, pela inteligência, pela sensibilidade, pela cultura, pela simpatia,
pela beleza, pela cor dos olhos, dos cabelos, da pele. Mas se me detenho no
prazer que estas qualidades me dão, não amo, apenas usufruo. Só há amor quando
é aquela pessoa, na sua identidade e realização pessoais, portanto autónomas,
na sua felicidade, que quero servir e neste serviço encontro a minha própria
identidade, realização e felicidade.
Por isso, a diferença não é um direito mas sim exigência
para que haja autêntico amor e autenticidade na experiência amorosa.
In Agenda 2001, Amar Amar Perdidamente, Amar Amar
Seguramente
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