IV Domingo do Tempo Comum
Naquele tempo, Jesus começou a falar na sinagoga de Nazaré,
dizendo: “Cumpriu-se hoje mesmo este passagem da Escritura que acabais de
ouvir”. Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias
de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: “Não é este o filho de José?”.
Jesus disse-lhe: “Por certo Me citareis o ditado: “Médico,
cura-te a ti mesmo”. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que
fizeste em Cafarnaum.”
E acrescentou: “Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem
recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no
tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e
houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma
delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região de Sidónia. Havia em Israel muitos
leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas
apenas o sírio Naamã.”
Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na
sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo
da colina sobre o qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali
abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.
Lc 4, 21-30
«Caritas Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele» (2
Cor 5, 14): é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a
evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para
proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19). Com o seu
amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele
convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é
sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais
convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de
crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta diária do seu
amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais
pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um
amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé
torna-nos fecundos, porque alarga o coração e a mente dos ouvintes para
acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se tornarem seus
discípulos. Os crentes – atesta Santo Agostinho - «fortificam-se acreditando».
O Santo Bispo de Hipona tinha boas razões para falar assim. Como sabemos, a sua
vida foi uma busca contínua da beleza da fé enquanto o seu coração não
encontrou descanso em Deus. Os seus numerosos escritos, onde se explica a
importância de crer e a verdade da fé, permaneceram até aos nossos dias como um
património de riqueza incomparável e consentem ainda que tantas pessoas à
procura de Deus encontrem o justo percurso para chegar à «porta da fé». Por
conseguinte, só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra
possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se
progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque
tem a sua origem em Deus.
(Bento XVI, Porta Fidei 7)
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