II Domingo da Quaresma – Ano C
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e
subiu ao monte, para orar. Enquanto orava, alterou-se o aspecto do seu rosto e
as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente. Dois homens falavam com Ele:
eram Moisés e Elias, que, tendo aparecido em glória, falavam da morte de Jesus,
que ia consumar-se em Jerusalém.
Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas,
despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele.
Quando estes se iam afastando, Pedro disse a Jesus: «Mestre, como é bom
estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para
Elias». Não sabia o que estava a dizer. Enquanto assim falava, veio uma nuvem
que os cobriu com a sua sombra; e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na
nuvem. Da nuvem saiu uma voz, que dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito:
escutai-O».
Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho. Os
discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que
tinham visto.
(Lc 9, 28b – 36)
O “arrependei-vos e acreditai na Boa Nova” não está só no
início da vida cristã, mas acompanha todos os seus passos, permanece renovando-se
e difunde-se ramificando-se em todas as suas expressões. Todos os dias é
momento favorável e de graça, porque todos os dias nos solicita a entregar-nos
a Jesus, a ter confiança n’Ele, a permanecer n’Ele, a partilhar o seu estilo de
vida, a aprender d’Ele o amor verdadeiro, a segui-lo no cumprimento quotidiano
da vontade do Pai, a única grande lei de vida. Todos os dias, também quando não
faltam as dificuldades e as fadigas, as canseiras e as quedas, quando somos
tentados a abandonar o caminho do seguimento de Cristo e a fechar-nos em nós
mesmos, no nosso egoísmo, sem nos darmos conta da necessidade que temos de nos
abrir ao amor de Deus em Cristo, para viver a mesma lógica de justiça e de
amor. Na recente Mensagem para a Quaresma [de 2010] eu quis recordar que “é
necessário humildade para aceitar que é preciso que um outro me liberte do
“meu”, para me dar gratuitamente o “seu”. Isto acontece particularmente nos
sacramentos da Penitência e da Eucaristia. Graças à acção de Cristo, nós
podemos entrar na justiça “maior”, que é aquela do amor (cf. Rm 13, 8-10), a
justiça de quem se sente em todo o caso sempre mais devedor que credor, porque
recebeu mais do que aquilo que poderia esperar” (L’Oss. Rom. Edição portuguesa
de 6 de Fevereiro de 2010, p. 3).
Bento XVI, audiência de 17/02/2010
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